Em tempos de operação lava a jato, o assunto mais comentado nas redes sociais e nas rodas de amigos são as questões relacionadas aos escândalos envolvendo a corrupção e a falta de confiança nas organizações. Estas práticas lamentáveis, que desviam cifras altíssimas dos cofres públicos e das próprias organizações e que expõe a todos os envolvidos à consequências gravíssimas, não se limitam à classe política e empresarial brasileira, mas está disseminada por todo o mundo.
A solução para isso chama-se compliance, cujo significado é: conjunto de ações pautadas em regras, normas, leis, políticas e diretrizes.
Com a publicação da Lei Federal 12.846:2013 – anticorrupção, conhecida como lei da empresa limpa, iniciou-se uma discussão sobre a compliance no país, como uma tentativa de valorização da moral e da ética nas empresas públicas e privadas, com atendimento incondicional das regras e legislações nacionais ou internacionais.
Além do atendimento a esta lei, surgiram normas internacionais proativas voltadas para a mitigação dos riscos do envolvimento das organizações em práticas indesejadas, pela ausência de integridade e ética de seus dirigentes e demais colaboradores: ISO 19600:2014 norma anticorrupção e a ISO 37001:2016 – norma anti-suborno.
A ISO 19600:2014 trata do atendimento incondicional da legislação aplicável, bem como a identificação, avaliação e tratamento dos riscos relacionados a desvios na governança, fraudes, condutas inadequadas e corrupção empresarial, através de ações de prevenção, correção e eliminação dos eventos indesejados. A corrupção possui uma face funesta, pois desvia recursos que poderiam ser utilizados para melhorar a competitividade das empresas, melhorarem a infraestrutura, reduzir a pobreza e as desigualdades sociais.
A ISO 37001:2016 trata do combate ao suborno, uma prática nefasta que destrói a confiança nas empresas, prejudicando a imagem institucional, aumentando o custo dos produtos e serviços, dificultando o livre comércio entre as partes interessadas.
Uma cultura organizacional baseada na governança, integridade e transparência, composta por políticas, padrões e controles adequados, dentro de um sistema de gestão, que identifique e avalie os riscos das operações que possam envolver suborno e corrupção, bem como o atendimento das legislações aplicáveis, com certeza promovem a confiança nos negócios destas organizações, bem como aumentam sua reputação.
Este é um caminho sem volta, cabendo às lideranças das organizações assumirem suas responsabilidades e colocarem em prática o compliance, de maneira a obter gestões corporativas mais sustentáveis e saudáveis.
Por: Marcel Menezes